A transição de 2016 para 2017 não foi nada fácil para o conjunto da classe trabalhadora em todo nosso país. Desde a esfera federal, com o ilegítimo Temer (PMDB), passando pelos estados e municípios, os ataques aos trabalhadores foram das mais diversificadas formas, algumas com requintes de crueldade. O nefasto governo Sartori (PMDB) contaminou o Brasil com uma modalidade perversa, que desmonta o estado e coloca o trabalhador em último lugar na escala de prioridades, demitindo, atrasando e parcelando os salários dos servidores. A moda está pegando e se espalhando país a fora, como praga.
Aqui em Porto Alegre, após diversas ameaças de que não haveria o pagamento, nosso 13° salário foi pago em sua totalidade por Fortunati (PDT) em duas vezes, com atraso de três dias. Isso porque houve uma grande mobilização dos trabalhadores municiários, que estavam com disposição de parar todos os serviços em pleno fim de ano. Tamanha indignação evitou o pior, fez com que a Câmara de Vereadores autorizasse o então prefeito a antecipar o IPTU com desconto à população, mesmo contra a vontade do sucessor eleito, garantindo assim o pagamento integral da gratificação natalina aos municipários.
Agora, com a ascensão de Marchezan (PSDB) ao Paço Municipal, com a aprovação de parte de sua reforma administrativa e os repetidos anúncios confirmando na imprensa que de fato irá parcelar os salários em março, podendo ainda esses parcelamentos se estenderem por até dois longos anos, nova indignação ressurge com força na categoria municipária.
Incentivadas pelo Sindicatos dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), pelo conselho sindical e por diversas associações de municipários, uma série de reuniões e assembleias por locais de trabalho, começam a pipocar em todos os setores e secretarias da prefeitura. E o tom é o mesmo, em todos os locais: “Sem Salário, Sem Trabalho”! À população portoalegrense, pedimos desde já a compreensão e o apoio, pois, pelo que tudo indica, não teremos outra alternativa para defender legitimamente nossos salários que não seja paralisar os serviços municipais.
Talvez Marchezan esteja subestimando nossa categoria. Vai cair do cavalo. Em se confirmando o parcelamento de salários dos servidores municipais, o atual prefeito poderá ter que se confrontar com uma das maiores greves da história de Porto Alegre.
Os municipários estão “pintados pra guerra” e com total disposição de luta!
Salário não é privilégio, é direito sagrado!
João Ezequiel - Coordenador do Conselho de Representantes Sindicais da Saúde/Simpa