O dia de paralisações dos servidores municipais de Porto Alegre, que ocorreu na manhã desta quarta-feira, atingiu áreas fundamentais da sociedade como Saúde e Educação. Segundo divulgado pelo Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), as atividades foram paralisadas no Hospital de Pronto Socorro (HPS), que funcionaram apenas em 30%, e em dois postos de saúde, que trabalharam apenas em casos de emergência. Além disso, diversas escolas pararam totalmente as atividades.
Logo no início da manhã, dezenas de servidores do município e do HPS se reuniram em frente à instituição em alusão ao seu aniversário de 71 anos e também para protestar contra a situação de falta de profissionais. De acordo com o presidente da Associação dos Servidores do Hospital de Pronto Socorro (ASHPS), Everaldo Nunes, a entidade tem um déficit de 152 técnicos de enfermagem e 32 enfermeiros. Ainda conforme o Nunes, o ato não contou com a participação de médicos. No entanto, ainda segundo Nunes, o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) se colocou como a favor das manifestações. Em nota, o Simers completou o posicionamento ao dizer que apoia os protestos gerais contra as reformas da Previdência e Trabalhista, que vão ocorrer no próximo dia 28.
"100 dias de tortura"
Os manifestantes reunidos em frente ao HPS se dirigiram, por volta das 9h, para o Paço Municipal, onde se reuniram com outros municipários. Segundo o presidente da ASHPS, o ato ambém teve como foco a gestão do prefeito Nelson Marchezan Júnior, que, segundo ele, recentemente completou “100 dias de tortura”. “Somos contra os ataques do prefeito aos servidores públicos, ameaçando o parcelamento e até mesmo não pagar quatro meses de salário”, disse Nunes.
O Simpa divulgou que, além do HPS, paralisaram as atividades os pronto atendimentos da Bom Jesus e da Cruzeiro do Sul. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que todas as Unidades de Saúde, Pronto Atendimentos e Hospitais Públicos (HPS e HMIPV) estavam abertos e atendendo a população. A SMS, contudo, disse que poderia ocorrer demora devido a redução de profissionais, já que alguns aderiram à paralisação. Foi informado ainda que a paralisação não afetou o atendimento nas salas de vacinas, pois todas as unidades seguiram a vacinação contra a gripe.
Além disso, segundo o Simpa, 17 escolas pararam totalmente as atividades. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação (Smed), no entanto, este número foi de 29, superando a expectativa do Sindicato. Além disso, conforme a Smed, 13 escolas aderiram à paralisação de forma parcial e nove mantiveram atendimento normal. A Secretaria afirmou que todas elas eram de Ensino Fundamental. Com relação ao Ensino Infantil, foram 15 escolas paralisadas totalmente, cinco de forma parcial e 23 em atendimento normal.
Henrique Massaro
Texto publicado no jornal Correio do Povo desta quarta (19/04)